Seu descontrole financeiro pode te deixar doente!
- Carlos Rodrigues
- 1 de mar. de 2019
- 3 min de leitura

A falta de educação financeira e o alto endividamento são realidades preocupantes das famílias brasileiras. Além de problemas financeiros, o estresse causado pode acarretar distúrbios que afetam a saúde e a qualidade de vida de um indivíduo.
Apesar de ser tratado em inúmeros vídeos, artigos e pesquisas por profissionais especializados, ainda não é perfeitamente clara a relação entre estresse financeiro e problemas de saúde e qualidade de vida.
Por isso, entender melhor essa questão é urgente, tanto para formulação de melhores políticas públicas e análise dos impactos sociais, quanto para as empresas, bancos, corretoras ou fintechs (bancos digitais) oferecerem melhores produtos e serviços financeiros para os seus clientes.
Foi realizada uma pesquisa a fim de verificar a existência de associação entre endividamento, ansiedade, depressão e a qualidade de vida de um indivíduo.
Segundo os pesquisadores Pablo Rogers e Guilherme Santos Souza, realizamos uma pesquisa algumas conclusões são bastante intrigantes.
Endividamento e qualidade de vida
Com relação aos domínios (físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente) encontramos que as menores pontuações obtidas, em todos eles, concentram-se em indivíduos classificados como de alto risco de endividamento.
Em termos de intensidade, a força da relação é mais proeminente no caso do domínio físico, indicando que um indivíduo com maior risco de endividamento possui menores níveis de qualidade de vida relacionados à sua saúde física. Isto é, indivíduos com maiores chances de descontrole em suas finanças possuem mais problemas no que diz respeito à condição geral do seu corpo em relação a doenças e ao vigor físico.
Foi constatado, ademais, que um indivíduo com uma maior probabilidade de ter dificuldade em saldar as suas dívidas possui menores pontuações nos outros 3 domínios da qualidade de vida (psicológico, relações sociais e meio ambiente).
Dessa forma, de maneira geral, tendo em vista que quanto maior o risco de endividamento de um indivíduo maiores as chances de ele estar com problemas financeiros, foi possível constatarmos que o nível de dívidas de um indivíduo tem relação direta com a sua qualidade de vida.
O seu bolso e a sua mente
Em relação à ansiedade e à depressão, encontramos que quanto mais avança-se em direção ao alto risco de endividamento, mais frequentes e maiores são os níveis destas doenças no indivíduo.
Ocorre também a situação contrária, ou seja, à medida que diminuem as chances de um indivíduo ter problemas financeiros, os resultados dos níveis de ansiedade e depressão também baixam.
Em termos de intensidade, constatamos:
indivíduos com nível moderado/grave de ansiedade possuem, em média, um risco de endividamento quase o dobro maior do que indivíduos com nível mínimo de ansiedade;
indivíduos com nível grave de depressão possuem, em média, um risco de endividamento cerca de 70% maior do que indivíduos com nível mínimo de depressão.
Esses resultados nos possibilitaram afirmar que níveis maiores de estresse financeiro impactam – ou possuem relação significativa – em diversos aspectos da saúde mental de um indivíduo.
Conclusão
Essa pesquisa possibilitou conjecturar que à medida que aumentam as chances de um indivíduo ter problemas financeiros, aumentam também sintomas relacionados à ansiedade e depressão, além de uma piora na sua avaliação de qualidade de vida.
Diante disso, ao mostrar que indivíduos com menores tensões financeiras apresentam menores sintomas de ansiedade e depressão e melhor qualidade de vida, a nossa pesquisa sinalizou para a importância de cuidados com a saúde financeira e situações de endividamento.
Fica claro, assim, a necessidade de disseminação da educação financeira como uma forma de melhorar o controle financeiro dos indivíduos e como medida preventiva contra o aumento de desordens psicossomáticas e piora da saúde física.
Fonte da pesquisa: Fast Markets
Carlos Rodrigues
Coach Financeiro





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